O trabalho de dragagem da lama do Porto do Recife preocupa pescadores de Olinda (PE). Eles dizem que a draga joga resíduos e lixo próximo ao litoral, o que prejudica a pescaria. No caminho que o equipamento percorre é possível ver o rastro de impurezas deixado no mar.
Os pescadores, que costumam trabalhar a cerca de 12 quilômetros da costa, denunciam que o trabalho de remação da lama do cais está poluindo a água do mar e dificultando a pesca. "A gente coloca a rede e não pega mais nada. Está prejudicando a área de pesca artesanal", disse o presidente da Cooperativa dos Pescadores de Olinda, Jorge da Silva.
Segundo os pescadores, os dejetos espalhados pela dragagem têm provocado a morte de animais marinhos. Eles alegam que a draga deveria liberar os dejetos em local mais distante do litoral, numa plataforma mais profunda, por exemplo.
O objetivo da dragagem é aumentar a profundidade do canal do porto, dos atuais seis metros para 11,5 metros. O serviço começou a ser feito em março e deverá continuar até julho. Durante os quatro meses devem ser retirados 2,5 milhões de m³ de lama.
O geólogo marinho Luís Lira entende a preocupação dos pescadores, mas destaca a importância de se fazer a dragagem. Ele disse que, no local onde a lama está sendo depositada, não há bancos de corais. "O que existe são recifes de arenito. Se a sedimentação for lançada a uma distância de 11 a 15 quilômetros, é possível que isso não venha atingir a zona da pesca", afirmou.
O presidente do Porto do Recife, Alexandre Catão, disse que todo o trabalho feito pela draga passa por supervisão ambiental e os relatórios são enviados para a Agência Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH). (Fonte: G1)